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Foto do escritorIvan Eugênio

Destravando Valor...

O básico sempre funciona! Não tem como discordar. Mas…


Vamos começar o ano com polêmica. Uma pimentinha às vezes cai bem.


O mandato da maioria dos fundos imobiliários são de renda. Desta forma, o fundo tem como objetivo claro adquirir imóveis para locação. Obtendo lucro mensal com aluguéis pagos pelo inquilino, distribuindo-o para seus cotistas.


Simples, não é mesmo?


No entanto, percebemos que os imóveis estão mais valorizados, reduzindo o cap rate das operações, especialmente nas localizações primes.


Ocorre que a indústria de fundos imobiliários está se adaptando aos novos tempos e gestores estão tendo que “rebolar” para gerar valor aos seus cotistas.


E temos que assumir, alguns estão dançando muito bem.


Desenvolvimento em fundos de renda


Na busca pelo melhor retorno para o cotista, devidamente autorizados pelo regulamento, muitos fundos têm buscado desenvolver os seus imóveis, não comprando construídos.


Essa estratégia, embora em nada me agrade o nome, passou a ser denominada por especulativa.


Isso se dá devido ao fato do fundo adquirir o terreno e construir o imóvel sem ter um inquilino alvo.



Estou aqui descartando os contratos built to suit, onde o fundo constrói ou busca a adequação de um imóvel para inquilino certo e determinado. Me refiro à construção de um imóvel para posterior locação.


Percebo em fóruns e aplicativos de conversa a insatisfação de alguns investidores quando um fundo realiza tal movimento.


No entanto, muitos fundos vêm alcançado um “tamanho” que permite a aplicação desta estratégia.


De fato, a construção de um imóvel leva tempo, está sujeito a riscos que a compra por si só não expõe o investidor. Contudo, considerando que o investimento é para o longo prazo, neste período a construção de um imóvel pode gerar um valor que simples compra não alcança.


Novamente, estamos enfrentando o binômio risco/retorno.


Certo, a geração de valor não está tão somente na construção. Toda a qualidade do imóvel e sua localização compõem requisitos indispensáveis para a real geração de valor.


Não tenho aqui a intenção de ser taxativo, mas cito dois fundos que estão desenvolvendo imóveis para posterior locação capaz de gerar valor para o cotista no futuro, são eles, XPLG11 e HGLG11.


Percebam: os fundos citados são de imóveis logísticos.


Lembro-me que, tão logo comecei a estudar sobre fundos imobiliários, li em várias obras que o retorno do ativo logístico tem de ser superior ao retorno dos fundos de lajes e de shopping, por exemplo.


Isso se dá devido ao fato da barreira de entrada ser menor para esses empreendimentos. Sendo essa uma realidade, não deveria o gestor explorá-la? Fica o questionamento.


Mesma estratégia… Execução diversa...


Há também fundos que estão buscando parceiros para desenvolver o imóvel, comprando-o tão logo esteja pronto para locação.


Esses parceiros, normalmente são empresas especializadas ou outros fundos imobiliários, que possuem o mandato de desenvolvimento para venda.


Aqui podemos citar fundos como BRCO11, VILG11 e RBRL11.


Como tudo na vida, temos vantagens e desvantagens.


De um lado, o cotista não corre o risco de execução da obra, muito menos deixa de receber o aluguel daquela fração do patrimônio líquido durante ela.


De outro lado, esse benefício tem um custo que, consequentemente, reduz o valor gerado para o cotista.


Na prática, a teoria é diferente...


Voltamos à velha e conhecida discussão referente ao binômio risco/retorno.


Afinal, na prática, a teoria é diferente.


Longe de mim, bater o martelo, apontar o dedo e afirmar que uma estratégia é melhor que outra.


O importante é conhecer o que de fato está por trás dos movimentos, compreender os seus riscos e adaptar o retorno ao seu perfil de investidor.



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