Hora do bate-papo!
Em mais um FII Fácil entrevista tivemos o prazer de conversar com Álvaro Soares, da NCH Capital, gestor do fundo imobiliário NCHB11.
A NCH é uma gestora americana que está no Brasil desde o ano de 2002. Com cerca de 2 Bilhões de dólares sob gestão, tem 10 escritórios espalhados em todo o mundo.
O NCHB11 foi o sexto fundo de CRI lançado no mercado, trata-se de um high yield de cabelo branco, como brinca Álvaro.
O mandato do fundo é abrangente. No entanto, ao menos 51% deve ser investido em CRI, o restante do patrimônio é bastante livre.
O foco da gestora é buscar CRI’s fora do radar, atrelados à inflação (IPCA e IGP-M), que busca trazer uma rentabilidade com fôlego acima da NTN-B.
O fundo nasceu com capital próprio, com 5 CRI’s em seu portfólio, em uma época onde os fundos imobiliários eram bem desconhecidos do mercado.
Em 2014 quando foram buscar capital estrangeiro para investir no fundo, estávamos em um período político conturbado, sendo que o investidor estrangeiro não enxergava o Brasil com bons olhos.
Durante muito tempo o fundo permaneceu com dois únicos cotistas. A NCH Capital e Álvaro. Neste período, não tendo motivo para permanecer com caixa, sendo que constantes amortizações foram realizadas ao longo do ano.
No ano de 2019, a NCH decidiu voltar com as atividades do fundo. Realizando uma nova oferta no ano de 2020, que acabou suspensa pela pandemia. Somente no mês de agosto foi retomada a emissão.
No último ano percebemos que os fundos high yield estão sendo vistos com novos olhos. Percebemos que a queda dos juros está incomodando os investidores, sendo que a estrutura de fundos imobiliários de recebíveis é excelente para crédito privado.
O mercado começou a ver o high yield com novos olhos. Deixando a análise superficial de CRI para o passado, adaptando-se às novas realidades.
A pandemia mostrou que os CRI’s são muito bem estruturados em tempos atuais.
Importante destacarmos que nem todo CRI tem proteção variação negativa. Sendo que no atual momento, frente à alta do IGP-M, espera-se que negociações sejam realizadas posteriormente, não tendo o gestor grandes preocupações com a inadimplência.
O importante na análise de um FII de recebíveis é compreender o cupom dos CRI’s. Ele é fixo ao longo da vida do ativo, sendo que a parte variável é preciso ter um tato para entender seus movimentos e suas consequências.
Apesar de novo, com suas negociações começado no final do ano passado, o fundo tem apresentado um número de negócios interessantes, entrando no radar aos poucos.
O gestor mostra que o objetivo do fundo é entregar uma rentabilidade interessante para o longo prazo.
Para o futuro, o gestor acredita que o fundo pode chegar a ter até R$2 Bilhões de patrimônio, sem perder a sua natureza high yield.
A experiência de Álvaro demonstra que um CRI leva de 60 a 90 dias para que possa ser devidamente analisado e de fato investido.
Provavelmente, as próximas emissões serão 476, tendo em vista a celeridade do processo, podendo acontecer ainda no primeiro semestre deste ano de 2021.
A oferta de crédito high yield está cada vez maior e, na visão do gestor, a demanda ainda não acompanhou este feito. Ocorrendo exatamente o contrário no high grade, onde as empresas estão tomando o crédito, aproveitando a baixa taxa de juros.
O processo de investimento do fundo é metódico ao extremo, estando dividido em seus momentos muito bem delimitados, os quais passamos a apresentar:
prospecção e originação;
pré-analise;
aprofundamento;
aprovação;
aquisição;
acompanhamento e controle.
Destaque especial para a fase de acompanhamento e controle, que é realizado pela própria gestora, muito embora não seja descartado o acompanhamento por parte da securitizadora.
Por fim, destaca o gestor que está agora dando maior atenção para CRI’s atrelados ao IPCA, tendo em vista que a volatilidade do IGP-M é superior, podendo apresentar uma baixa desagradável no futuro.
Commentaires